terça-feira, 20 de março de 2018

Estreia de Orgulho e Paixão


Esqueça tudo que te fez amar #OrgulhoEPreconceito, #OrgulhoEPaixão é uma colcha de retalhos de várias obras de Jane Austen. e não tem muito a ver com os livros da escritora.
É como se os autores tivessem colocado tudo num liquidificador e feito uma mistura, não só das histórias, como das características das personagens.
Não que eu esperasse algo fiel aos livros, adaptar Jane Austen, que retratava a Inglaterra do século XVII com uma novela das 6, brasileira, ambientada em São Paulo dos tempos do café, traria alterações consideráveis na estrutura, era mais que natural.
Mas algumas dessas adaptações me deixaram decepcionadas, mas gostei de muitas coisas também.
Encaixar personagens avulsos de outras obras de Jane em Orgulho e Paixão foi um acerto. Por exemplo, Ema, a casamenteira, como melhor amiga de Elizabeta caiu como uma luva, Marianne de Razão e Sensibilidade como uma das filhas Benetts também.
Agora vamos lá, mexer em um clássico precisa ter responsabilidade, o Sr. Darcy que conhecemos e amamos não é o tipo que se apaixona de cara, ele é arrogante e desconfiado, pois a vida lhe fez assim. Ele via muitas pessoas se aproximarem dele por interesse, principalmente moças em busca de casamentos vantajosos.
Lendo o livro a gente nunca sabe ao certo o que ele estava pensando, tanto que quando ele se declara para Lizzie, também nos pega de surpresa.
Sabe aquela cena do baile que ele fala que Elizabeth é apenas tolerável? Pois é, esqueça!
Darcy se encanta por ela de primeira, não deu nem graça.
As implicancias parece que foram mantidas, o que me acalma, mas o beijo sai sem muita cerimonia, isso decepciona.
Não é que eu esteja procurando pelo em ovo, mas é encantador a forma como Darcy se apaixona, ele vai vencendo todas as barreiras que o impedia de se apaixonar - ao ponto de falar que ele a amava mesmo ela não sendo de uma familia adequada. Aliás, essa declaração foi desastrosa e depois de ser rejeitado ele vai percebendo seus equivocos e vai mudando e aí ela se apaixona também.
Elizabeta é uma feminista, uma mulher a frente do seu tempo, idealista, que não acha que o casamento seja uma prioridade na vida de uma mulher, aliás, ela busca a igualdade de gênero e luta por isso, seria a diferentona dos dias de hoje – Nathalia Dill está muito bem no papel.
E o humor sarcástico do Sr. Bennet? Ainda não apareceu.
Mas a Sra. Bennet (Vera Holtz) está perfeita, a mesma mãe inconveniente e desesperada em casar as filhas com bons partidos.

         “É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico precisa de esposa.”

Frase inicial do romance também abriu a novela, Justo!
Vou dizer algo que disse aqui logo que fiquei sabendo dessa novela, que o público brasileiro poderia rejeitar o Darcy e preferir o Wickham, pois é, parece que esse foi o grande medo dos autores. Descaracterizaram muito, a começar escolhendo um ator quarentão para o papel, desculpa, Thiago Lacerda é galã experiente, mas não dá! Basta ver como ficou estranho o seu melhor amigo, Camilo, ser o jovem Maurício Destri, que por sinal, está ótimo representando o nosso Bingley!
As irmãs Bennets também foram bem escolhidas, todas jovens e bem caracterizadas, salvo Mariana que veio de Razão e Sensibilidade.
As vilãs, Susana e Julieta estão bem, fazendo um mix de vilãs que só pensam em aumentar suas posses.

Se eu tivesse que dar uma nota para essa estreia, daria 6, mexer no Darcy foi um pecado muito grande.

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