
Foi quando assisti ao filme
Pride & Prejudice (Orgulho e Preconceito) passando na tv a cabo que pude
conhecer um pouco de sua obra. Depois também conheci “O clube de leitura de
Jane Austen” e foi a partir desse filme que me despertou o interesse pelos outros romances da escritora britânica. Então busquei fazer igual aos personagens
desse filme e não ficar apenas com a impressão das adaptações e sim ler as
obras. Foi aí que li o livro “Orgulho e Preconceito” e pude fazer uma
comparação não só com o filme de 2005, mas com a série de mesmo nome produzida
pela BBC em 1995.
O filme data de 2005 e conta com os atores: Keira Knightley e Matthew Macfadyen como o casal
protagonista, Elizabeth Bennet e Mr. Darcy. É claro que quando fazemos a leitura, percebemos que as adaptações feitas tanto para o cinema quanto para a tv, apesar
de se esforçarem para serem fiéis ao contexto da história resume algumas cenas
e mudam outras, inclusive deixando-as mais românticas do que as descritas por Austen.
Devo
dizer que o Mr. Darcy é meu sonho de consumo! Apesar da fama de orgulhoso e desagradável
que ganha logo nas primeiras leituras, principalmente ao desprezar Lizzie,
dizendo que sua beleza era apenas tolerável, mas que ela não era suficientemente bonita para tentá-lo.
Elizabeth que ouve a declaração apesar de ter seu orgulho ferido não se deixa
abater e consegue levar na “esportiva” e é esse seu jeito alegre, vivaz e
inteligente que desperta a curiosidade de Mr. Darcy. Para um homem rico e de grande importância
na sociedade era óbvio que nenhuma das irmãs Bennet’s, sendo estas tão pobres e sem notoriedade, estariam à sua altura, mas
mesmo assim ele se permitiu conhecer melhor Elizabeth e se apaixonou.
A
declaração de amor que ele faz, apesar de não ser tão profunda é de grande
romantismo “_ Tentei lutar, mas em vão.
Não consigo mais. Não posso mais reprimir meus sentimentos. Você tem que me
permitir dizer com quanto ardor eu a admiro e a amo ardentemente.”
Nossa querida heroína
também tem lá seus defeitos e recusa sumariamente o pedido de Darcy, alegando
para isso fatos que ouviu sobre seu caráter como ser o responsável direto pela
separação de Mr. Bingley e sua irmã Jane, além de ter
arruinado a vida de outro cavalheiro, o Mr. Wickham.
Darcy ouve todas as acusações e não as nega, diz
que teve mais prudência para com o amigo do que para consigo mesmo. E ironiza
as acusações que se referem à Wickham. Porém
para justificar suas atitudes ele escreve uma carta para Elizabeth. E o que
vemos desse ponto em diante é um homem que busca a mudança e consegue
conquistar o amor, o respeito e a admiração de sua amada. Ele não só melhora
seu jeito orgulhoso como ajuda a família de Elizabeth durante a fuga e
casamento da irmã mais jovem, Lígia e faz isso apenas por amor à Lizzie e em
segredo.
O que fica do Mr. Darcy é o ideal romântico do
cavalheiro de uma mulher só, fiel e que faz de tudo pela amada, que a ama pelo
que ela é não pelo que ela tem.
Esse ideal vira-e-mexe é utilizado em outros
romances, em “O diário de Bridget Jones”, por exemplo, a mocinha fora dos
padrões de beleza e estética desperta o amor de Mark
Darcy (Colin Firth, que também atuou como Mr. Darcy na série O&P produzida pela BBC em 1995 ), que não tem só o sobrenome como semelhança ao Darcy
idealizado por Jane, na história Bridget (Renée Zellweger) o despreza no começo
por ter uma primeira impressão ruim dele e por ser levada a acreditar que ele
foi um canalha com o então amigo Daniel Cleaver (Hugh Grant), o que faz
alusão a Wickham. No entanto para mim a maior semelhança fica na fala de Mark
Darcy ao deixar claro para Bridget que a ama do jeito que ela é. Isso é o
máxima e o sonho de qualquer mulher.
Atualmente
com a febre que se tornou a trilogia de E.L James com “Cinquenta Tons de Cinza”
muitas mulheres passarem a idealizar Christian Grey como sendo o ideal de homem
para a mulher do século XXI. Grey longe de ser um Darcy, também se mostra um
homem valoroso, tirando suas excentricidades sexuais, sendo ele um homem rico,
bonito e orgulhoso, ele também se apaixona de forma deliberada pela jovem Anastácia
Stell . Para satirizar as duas obras um autor ainda de identidade anônima escreveu
um livro chamado “Cinquenta Tons de Sr. Darcy”. O livro não passa de uma ideia
bem humorada de brincar com as duas histórias levando Elizabeth Bennet e Mr.
Darcy em pleno século XIX vivendo as aventuras mazoquistas de Ana e Grey. Também
não deixa de criticar a autora EL James.
Em
2013 Orgulho e Preconceito completou 200 anos com o mesmo vigor de quando foi
lançado em 1813, sendo o best seller mais vendido e famoso do mundo, servindo de inspiração para os novos
escritores e principalmente sagrando Jane Austen como a maior escritora romântica
de todos os tempos.
Porém quando li o primeiro
livro foi inevitável controlar a curiosidade para com a vida da autora. Então
pesquisei sobre Austen e devo admitir que fiquei muito triste em saber que ela,
autora de romances tão brilhantes não conseguiu ser feliz em sua vida amorosa. Jane nunca se casou e morreu muito jovem, ao
41 anos. Dizem que ela teve apenas um amor na vida, Thomaz Lefroy, um jovem irlandês
de mesma idade que conheceu durante o inverno de 1796. Não há evidências que
comprove o envolvimento amoroso entre eles, a não ser algumas cartas de Jane
para sua irmã Cassandra em que relatava seu entusiasmo para com esse rapaz.
Para contar a vida da escritora
foi feito um filme lançado em 2008 intitulado “Becoming Jane” em português “Amor
e Inocência”, estrelado por Anne Hathaway. O longa tem como tema central o suposto romance de Jane com Lefroy e evidência
que ele foi à inspiração para criação de Darcy de “Orgulho e Preconceito”. Essa
versão não tem nenhum embasamento sólido para garantir a veracidade
dos fatos que relata. Segundo a narrativa Lefroy também amava Jane, porém foi
impedido de se casar com ela devido à falta de recursos e a reprovação do tio que o bancava financeiramente. Depois de um tempo
separado de Jane, Lefroy se casou e teve 8 filhos, dentre eles a filha mais
velha, a quem deu o nome de Jane, o que ficou implícito no filme como sendo em homenagem a
antiga e inesquecível namorada.
Nesse filme Jane fala para
sua irmã Cassandra, que perdeu o noivo recentemente, que está
escrevendo um livro, Cassandra questiona sobre a história, trata-se de “First Impressions”
primeiro título de “Orgulho e Preconceito”, ela fala que são duas irmãs muito
queridas que depois de alguns percalços conseguem ser felizes, ambas vencem os
obstáculos que impediam suas respectivas felicidades e se casam com homens
lindos e ricos. Em outro momento ela fala que suas personagens sempre terão
tudo o que desejarem, o que não dá para não relacionar com sua vida, a qual não
pode traçar ao seu bel prazer.
Encerro com uma cena que achei no youtube do filme "Orgulho e Preconceito" versão 2005 em que há um beijo entre Lizzie e Darcy. Como todos sabemos na obra original essa cena não existe, e inclusive foi cortada do filme na versão mundial existindo apenas na americana. Mas como é muito fofa achei bacana compartilhar nesse post.
Viva Mr. Darcy e Elizabeth Bennet !!
http://www.youtube.com/watch?v=gmQT2BVvZRE
Encerro com uma cena que achei no youtube do filme "Orgulho e Preconceito" versão 2005 em que há um beijo entre Lizzie e Darcy. Como todos sabemos na obra original essa cena não existe, e inclusive foi cortada do filme na versão mundial existindo apenas na americana. Mas como é muito fofa achei bacana compartilhar nesse post.
Viva Mr. Darcy e Elizabeth Bennet !!
http://www.youtube.com/watch?v=gmQT2BVvZRE